segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Sertão

As mãos calejadas, gastas pelo tempo
a vida sofrida desgastada pelo sol
dizendo a quase todas as perguntas - "Eu não entendo"
a enxada no ombro
suas plantas semi mortas
secas e esturricadas
solo árido e mal tratado
olhando para o céu esperando a chuva que não veio
desesperançoso da vida
semblante calmo e quase sempre calado
olhar vago no horizonte
pensando com ele,se chuva caisse
ali seria um grande campo de centeio
ou seria o pasto que não tenho
o choro na garganta, entalados
e perguntando onde estãos as terras garridas
e porque as esconderam de mim
da tua vida pobre, quase sempre falida
humilde, simples e desiludida
cabra macho do sertão
que não foge a lutaque o pé dali não arreda
esperando o dia que a terra vai dar frutos
o dia em que seus filhos vão vingar
olhando para o alto
e dizendo com ele mesmo:"Um dia esse céu vai ter que pingar"

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