domingo, 13 de dezembro de 2009

O nosso dia

E o sol lindo surgindo no horizonte,
como se tentasse nos mostrar que ele naquele instante era tudo,
um maestro de nossos olhares, um regente de nossos sorrisos
onde ele teimava em refletir a verdade de seus olhos na agua do lago,
nos mostrando o amanhã de saudade desse dia,
de ver que não experimentar o novo é o errado
de ver que deixamos muitas manhãs dessa de lado,
quando lembraremos de nós naquela manhã fria.

A distância do seu nascer,
as cores vibrantes da realidade,
nossas mentes longe, esquecendo de nossos problemas e ideais
daquele nosso momento e nada mais,
desse dia de nós e da felicidade
desse dia que queria ser eu o rei do mundo
e decretar uma lei que todas as manhãs fossem iguais a essa,
que todos os dias fossem feitos dessa boa conversa,
e que todo o resto não interessa.

Estúpido eu tentar descrever a perfeição
Vivo pra ter um dia depois do outro,
de ver que sem vocês tudo isso seria pouco,
seria eu aquele cego sem direção
ou aquele grito rouco.
Estúpido é o tempo passar e deixar tudo isso pra trás
Estúpido seria eu de não deixar aqui um muito obrigado,
por ver aquela tarde triste e chuvosa
se tornar nessa manhã linda e já saudosa.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Doses

Mais um dia olhando o fundo do copo,
mais um dia tomando este vinho barato
esta embriaguez que teima em tomar todo o meu tempo
todo esse tempo em que teimo em tomar tudo até a embriaguez.
a fuga momentânea da realidade
me faz mais leve,
me faz perder o peso dos dias,
me faz fugir das minhas responsabilidades.
o dia nasce,
o gosto azedo da ressaca vem a tona,
movimentos bruscos são marteladas em meu cérebro
o chão se mexe como se tentasse me derrubar,
como se o amanhecer fosse me fazer desistir
de que a noite chegue e me faça repetir tudo isso,
tentado me fazer esquecer que tenho mais uma garrafa em minha geladeira,
que tenho amigos sedentos deste meu vinho barato que nos entorpece até o amanhecer.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Tem alguém ai?

Tem alguém ai?
tem alguém ai para me ajudar na escuridão dos meus pensamentos?
para me tirar das angústias de meus sofrimentos,
e que faça secar a fonte dos meus lamentos?

tem alguém ai?
tem alguém ai que me de coragem de enfrentar a vida?
subir nesse trem com passagem só de ida,
que me faça ver que sozinho não sou nenhum Midas?

Alguém me responda.
me faça acreditar no agora,
me faça acrdeitar no como.

não me diga que você nao sabe
e que não faz parte disso,
que nossos problemas estão longe,
olhando o horizonte e perguntando onde.

me diga que acredita no amanhã
livre-se da sua insanidade
conte-nos seus sonhos, loucuras e desvairios,
reparando na realidade

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Nós que ja fomos

A vida cada vez mais bela,
sem estes mal-entendidos,
sem os erros que talvez nunca existiram,
como os nossos dias que alguma vez esperei,
com as nossas fotos que ja chorei.
aquelas expectativas a cada dia,
querendo te encontrar a cada esquina
te procurando na multidão,
esperando pelo teu lindo sorriso,
ou por um simples oi,
querendo voltar ao que a gente ja foi,
ou tentar ser o que sempre quis.

Nos teus olhos

sempre os teus olhos
sempre eles que me atraem
que me faz ter mais um sorriso no rosto
de todos os outros que me traem
e somente me distraem
saudade dos teus olhos me fitando
nem que fosse de longe
ou de canto
somente estes teus
só mas um tanto,
perto de mim
e que não seja pra mais um fim
dos nosso beijos, anseios
e desejos,
em nossos abraços dar um nó,
em um simples laço,
fazer do nosso tempo
mais do que um simples momento,
sem mais nenhum tormento,
e que eu não seja mais o seu passatempo.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Por trás dos panos

a minha vida feita de atos,
artistas e fatos.
a minha vida de espetáculos,
tramas e obstáculos.
a minha vida de cores,
decepções e dores.

os bastidores de flores,
aparencias, erros e rótulos.
artistas vesgos deitados em leitos,
mansos e leigos.

nossos encontros inúteis,
de almas pequenas, de algumas gramas,
perdido pela sua trama com nossos amores,
sujos, rasgados jogados a lama.

esquecemos nossos planos,
perdidos pelos enganos da nossa ignorância,
a saudade da nossa distância,
chorados nestes poucos anos,
desta nossa vida por trás dos panos.

sábado, 7 de novembro de 2009

Os quais fomos

lindo sermos,
ou tentarmos,
lindo querermos,
ou tentarmos,
lindo se fizessemos,
ou se tentassemos,
lindo quando fizessemos,
lindo quando querermos.
não quero quando formos,
nem quero falar que fomos,
nem das vezes que erramos,
nem das as nossas vezes
em que soluçamos o passado,
nem no futuro que me abate,
sem nenhum furo,
e nenhum arremate.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Eu de fatos

fui a cada dia mais,
tentei ser nem menos,
tentei,
e se fossem todos,
com mais e com menos,
com os fatos e erros,
com as cruzes e terços.
braços cruzados ermos.
familias,
companhias,
as estrias do tempo,
as marcas sem leito,
os fatos inaceitos,
todos,
leigos,
seriam eu sem peito.

Onde se fazem ,(onde fiz)

Queria eu te ter das vezes que não
Queria eu te ter das vezes que sim
queria eu te ter das vezes
queria eu te ter
queria eu
queria.
queria eu
queria eu te ter
queria eu te ter das vezes
queria eu te ter das vezes que sim
queria eu te ter das vezes que não

eu queria nesse vácuo te ter no tempo,
ter a visão do teu todo,
sentir o teu gosto a cada palavra
sentir o teu perfume a cada instante,
ouvir o teu canto sem aquele errante,
e as minhas mãos te tocar a cada erro meu,

gostaria de sempre errar,
de sempre ser,
de sempre ouvir
de sempre querer
ou de sempre te ser
de sempre,
gostaria do infinito
simples nosso tempo,
sem nada,
nem ninguém,
nosso e nada mais,
nosso, onde tudo se faz,
nosso, onde tudo,
nosso onde foi.

Os nossos

as nossas vezes
que sempre foram
sem multiplicar nem dividir,
muito menos de subtrair,
as nossas vezes
sem mais nem menos,
simples, nossas
de todos os tempos,
das horas, e de momentos,
e dos melhores
que não esqueço,
as nossas horas,
de segundos que não passavam
e que teimavam em serem nossos
sem fim,
de todos os dias
simples assim,
sem nenhum fim.
somente o fim do teu sorriso,
lindo,
rápido,
não mais meu,
infeliz eu tentar te ter.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Tempo

O tempo está do nosso lado
pra construirmos uma casa em frente ao mar,
pra vermos o nascer do sol.
de perdermos o medo do novo e a saudade do passado
de tecer metros e metros de cachecol,
de não se arrepender do já que foi falado.

O tempo está do nosso lado
ainda temos tempo de ligar o rádio e ouvir aquele velho Blues
de nos perdermos em um mundo de sorrisos
de se arrepiar com o frio do vento sul,
de perder um pouco do nosso juízo,
de bebermos um bom vinho e chorar pra lua
de andar sem direção pela rua

o tempo está do nosso lado
pra ver que tudo isso ainda é pouco,
de ter sonhos pro futuro
de gritarmos até ficarmos rouco
de não desistir se der de cara no muro
de acharmos o nosso lado louco.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Divisões

os dias,
de todas as idas,
das vindas,
de todas as horas que nao findam,
daquelas vidas lindas,
longe,
divididas,
dos rios de sorrisos que nos atraem,
aqueles olhares de cantinho que nos traem.
-será que é pra mim?
Ah!esses enganos,
desses vinte e poucos anos,
dos pensamentos e de todos os outros planos,
sentimentos plenos mas em vão,
as palavras trocadas e aquele não,
um suspiro desiludido,
aquele passado iludido
os sentimentos estraçalhados jogados ao chão.

sábado, 24 de outubro de 2009

Problemas

os meus?
e se for os seus?
nossos?
não, não quero
é seu, somente seu
problemas,
dilemas?
e os temas?
não,não mudam
relutam?
sim, refutam,
desiludem
discutem,
nos reduzem,
nos seduzem,
simplesmente destroem.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Tic-Tac

Ah! esse Tic-Tac
que teima em tomar
todo nosso tímido tempo
atribulado de tarefas

Devaneios da realidade

porca miséria que nos condena
homens inúteis que nos rodeiam
estranhos seres de tuas normas
mentiras velhas em novas formas
pés presos ao chão
mãos atadas na preguiça
mente divorciada da razão
pensamentos supérfluos de obsessão
idéias orfãs jogadas na sorte
jardins envelhecidos semeados de morte
a humanidade com cancro
o horizonte em pranto

Perguntas inválidas

nas perguntas mal respondidas me escondo
da tua ausência te faço irrelevante
o teu inesquecível calmo e pálido semblante
anos e anos que se fez de farsante
dos sentimentos confundidos aos escombros
os dias contados e então um tombo
o tempo perdido...
o futuro iterrompido
das memórias apodrecidas
que me forçou a esquecer o teu jeito
deste estúpido tempo que me fez esquecer da tua voz
quando destes dias mascarados me farão lembrar apenas de teu nome
nestas perguntas inválidas de um filho esquecido
das lembranças de um irmão adormecido
me desfaço de você
e você que fez este porque

Estúpidas palavras

Ah! essas palavras...
palavras...

tantas palavras para nada
tanto nada para tantas palavras

palavras que nos complicam
palavras que nos explicam
palavras que nos replicam

Ah! essas palavras....
palavras...

palavras que nos sentem
palavras que nos ressentem
palavras que mentem

palavras que nos fazem
palavras que desfazem
palavras que refazem

Ah! essas palavras...
palavras...

palavras que transgridem
palavras que regridem
palavras que agridem

palavras de efeito
palavras sem efeito
palavras com defeito

Ah! essas palavras...
palavras

palavras indecisas
palavras concisas
palavras decisivas

Estúpidas palavras que não sabem o que querem
Estúpidos homens que não sabem o que sentem

Tempo perdido

As horas descalças
passam nuas

Os minutos sós, param
e não reparam

os segundos crus
e mal passados
passam em vão

o olhar triste e magoado
fica jogado ao chão
enroscado com o não

o sorriso quebrado
muito mais que mal tratado

não vale nem mais um centavo
nao tem como mais ser salvo
nem que seja belo e alvo

nao tem mais como ser o dia que clareou e nao se pôs
mas sim o dia que se pôs e te deixou para depois.

Dia(s)

um pensamento perdido,
olhos vagos e desiludidos
escondido atrás da fenda de um sentimento
rasgado, podre, que se nega ao esquecimento

os olhos se cruzam
os sorrisos se confrontam
um sentimento vem a tona
lembrando das vezes que fui a lona

foi então que
Nessas ruas desta cidade sem fim,
em um gélido estampido do coração
que hoje, te lembrei de mim

para mim,
um início
de um velho vício

para você,
talvez seja um simples fim

Do silêncio

O silêncio me faz companhia
me faz ver mais esse dia perdido
mais essas horas em vão, inválidas
esse dia inexato que vem a cada manhã bater a minha porta,
que me faz ter preguiça das pessoas a minha volta.
não quero abrir os olhos nem para uma simples espiada.
não quero ter a visão poluida com a ignorância das pessoas
não quero um abraço de mentira que me acolha,
dos olhos me fitando com apatia,
das tuas mão me escorando sem valentia.

não quero me juntar ao teu mundo de ilusão
deste teu mundo de alguns,
desse outro de nenhum.
Eu prefiro o meu silêncio e a solidão,
de mais alguns segundos sem o teu não,
da insegurança da minha mente
que me distancia da tua que é estúpida e demente
lamentando o passado perdido
podre, inútil, deveras iludido.
não olha o que há pela frente.

a minha insegurança a cada dia me refaz
na tua egoísta segurança você me desfaz
os meus escombros de cada reconstrução
ficam jogados ao lado do teu egocentrimo
mascarado e escondido no eufemismo
não quero fazer parte deste mundo de ilusão.
prefiro o meu silêncio dito a suas palavras malditas,
quero cada vez mais o meu mundo de solidão

Deixa-me

Deixa-me sentir esta dor no peito
que me mata aos poucos,
me deixa sem voz quase rouco
Deixa-me sentar ao chão tocando a grama,
olhando o pôr do sol de tons rubros e amarelos.
Deixa-me sentir a areia da praia e a brisa do mar,
sou tao pouco,
indiferente
berando o nada.
Deixa-me em paz com esta minha sensação de liberdade
de fazer o que quero sem pensar em consequências,
de a cada dia querer trocar de ideologia como se ela fosse uma peça de roupa,
de querer olhar o passado e sentir saudade.
Deixa-me tentar ser o menino que o tempo já deixou para trás,
de fazer amigos a cada dia,
de conhecê-los,
esquecê-los
e de perdê-los,
como se fossem o orvalho daquela manhã fria.
Deixa-me ter todas as sensações possíveis,
de perder o preconceito,
de me arrepender do que não foi feito,
de ter o que é meu de direito.
Deixa-me em paz,
quieto,
calado sem os sues sentimentos.
Deixa-me ser tudo,
ser nada
apenas deixa-me tentar ser

Sertão

As mãos calejadas, gastas pelo tempo
a vida sofrida desgastada pelo sol
dizendo a quase todas as perguntas - "Eu não entendo"
a enxada no ombro
suas plantas semi mortas
secas e esturricadas
solo árido e mal tratado
olhando para o céu esperando a chuva que não veio
desesperançoso da vida
semblante calmo e quase sempre calado
olhar vago no horizonte
pensando com ele,se chuva caisse
ali seria um grande campo de centeio
ou seria o pasto que não tenho
o choro na garganta, entalados
e perguntando onde estãos as terras garridas
e porque as esconderam de mim
da tua vida pobre, quase sempre falida
humilde, simples e desiludida
cabra macho do sertão
que não foge a lutaque o pé dali não arreda
esperando o dia que a terra vai dar frutos
o dia em que seus filhos vão vingar
olhando para o alto
e dizendo com ele mesmo:"Um dia esse céu vai ter que pingar"